Por WALDEMAR LOPES
Com personagens icônicos ao longo de sua ilustre carreira nos palcos (My Fair Lady) e, na televisão (Cinderella), Julie Andrews definitivamente nasceu para brilhar também’ no cinema. Desde sua espetacular estreia na telona, Julie atravessa décadas nos presenteando com seus múltiplos talentos. A beleza suave, elegância, voz cristalina de quatro oitavas, o talento e versatilidade fazem de Julie uma das maiores atrizes de todos os tempos, em diversos gêneros.
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1) Mary Poppins (Idem, 1964), de Robert Stevenson

Terá havido estreia mais extraordinária que a de Julie Andrews no cinema? Rejeitada por Jack Warner para reprisar seu mega sucesso na Broadway, My Fair Lady, Julie foi escolhida pelo genial Walt Disney para ser Mary Poppins. Ela desceu dos céus no clássico musical como uma babá mágica que muda totalmente a vida de uma família inglesa. Resultado: Julie venceu todos os prêmios do ano – o Globo de Ouro, Grammy, Bafta e o Oscar’.
2) Não Podes Comprar Meu Amor (The Americanization of Emily , 1964), de Arthur Hiller

Longa em preto e branco, é um clássico cult anti-guerra escrito pelo grande Paddy Chayefsky com brilhantes diálogos corrosivos. Julie é Emily, voluntária do exército britânico na segunda guerra, que perdeu o irmão e o marido em combate. James Garner, assistente do general americano, se apaixona por ela. Belíssimo, com canção indicada ao Oscar e cenas sensuais do lindo casal, esse era o filme favorito de James e certamente um dos da própria Julie.
3) A Noviça Rebelde (The Sound of Music, 1965), de Robert Wise

Poderia Julie superar o êxito de Mary Poppins? A resposta veio logo com esse que é um dos mais amados musicais de todos os tempos, um recorde de bilheterias e homenageado no Oscar 2015 com a presença da própria Julie. Numa interpretação magnífica, ela é a noviça Maria, que vai tomar conta dos sete filhos de um capitão na Áustria na iminência da segunda guerra. Canções e cenários de tirar o fôlego, elenco perfeito, Julie no auge.
4) Cortina Rasgada (Torn Curtain, 1966) de Alfred Hitchcock

Julie desmentiu os rumores de que Hitch não a aprovava com Paul Newman e disse que o mestre do suspense lhe ensinou tudo sobre lentes. Ele até incluiu sua filhinha Emma em sua habitual aparição. Ela faz um personagem contemporâneo e veste Edith Head nessa trama de espionagem na época da guerra fria. A sequência do assassinato é clássica, sem trilha sonora. Julie e Paul Newman estão no auge da beleza e carisma. A princesa Margaret e Spielberg visitaram o set.
5) Positivamente Millie (Thoroughly Modern Millie, 1967), de George Roy Hill

Deliciosa comédia musical campeã de bilheteria que consolidou a posição de Julie no trono de Hollywood nos anos 60. Nos loucos anos 20, ela é Millie, garota emancipada que quer casar com seu chefe, não importa quem seja. Ao lado de Mary Tyler Moore, Carol Channing, James Fox, Beatrice Lillie, Julie brilha e encanta pela atuação perfeita e voz encantadora.
6) A Estrela (Star!. 1968), de Robert Wise

O maior tour-de-force musical de Julie, que aparece em 95% das cenas desse cult indicado a sete Oscars, sobre outra grande atriz inglesa da Broadway, Gertrude Lawrence. Julie dá um show de interpretação, canta Cole Porter, Kurt Weill, Gershwin, veste 125 figurinos – um recorde no cinema e usa joias Cartier. O luxuoso e elaborado número de jazz final, The Saga of Jenny, é feito por Andrews magnificamente.
7) Sementes de Tamarindo (The Tamarind Seed, 1974), de Blake Edwards
Dirigida pelo marido Edwards pela segunda vez – após Lili – Minha Adorável Espiã, ao lado de Rock Hudson – Julie estrela esse sofisticado drama de espionagem – funcionária do governo britânico de férias em Barbados se apaixona por Omar Sharif, um espião russo.Com locações esplêndidas, figurinos de Dior e linda música de John Barry, o filme traz Julie no auge da beleza e talento.
8) Vitor ou Vitória? (Victor Victoria, 1982), de Blake Edwards

Depois de “Mulher Nota 10’’, é o maior sucesso da dupla Andrews-Edwards. Uma sofisticada comédia musical que teve sete indicações ao Oscar, a terceira para Julie, e a primeira para Blake, pelo primoroso roteiro, com diálogos brilhantes e hilários. Na charmosa atmosfera da Paris nos anos 30, Vitória, cantora de ópera sem dinheiro é transformada no conde Vitor e se torna o sucesso da noite parisiense – até o gângster James Garner se apaixonar. Novo apogeu de Andrews e números musicais incríveis.
9) Sede de Amar (Duet for One, 1986), de Andrei Konchalovsky

O maior desempenho dramático de Andrews, com uma interpretação perfeita de uma trágica personagem que lhe exigiu ir além do imaginável. Ela é Stephanie Anderson, uma violinista virtuosa que é acometida de esclerose múltipla. Julie diz que o exigente diretor russo extraiu dela o trabalho mais desafiador de sua carreira. Com ela estão Max Von Sydow ( de Hawaii) e Liam Neeson.
10) O Diário da Princesa (The Princess Diaries, 2001), de Gary Marshall

Quando decidiu levar adiante esse projeto com a Disney, o diretor Marshall só tinha em mente uma atriz que poderia interpretar a Rainha Clarisse: Julie Andrews. Quem mais teria credibilidade para a realeza natural, classe e elegância para um personagem tão refinado? Andrews brilha como a rainha que tem que transformar a neta desconjuntada Anne Hathaway numa princesa. Bem My Fair Lady. Um grande sucesso que teve continuação.
WALDEMAR LOPES é artista plástico, engenheiro mecânico, professor, cinéfilo. Anualmente realiza em Santos uma palestra beneficente sobre o Oscar, que se tornou tradicional na cidade. Também já realizou encontros sobre cinema para a Universidade Católica de Santos, Universidade Monte Serrat, Secretaria de Cultura de Santos e Rotary. Escreve para o CineZen e o 50 Anos de Cinema. Cedeu seus acervos pessoais para exposições no Santos Film Fest – Festival Internacional de Cinema de Santos sobre Julie Andrews e Sonia Braga, atrizes das quais é o maior especialista no Brasil.
Uma Diva consagrada, tem o meu respeito e admiração.
Parabéns por você existir!!!
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